terça-feira, 30 de agosto de 2011

Mãos à obra! [Estágio em Obra, Parte 1]

Oi gente, estou de volta! Dessa vez vim falar um pouco do que é estagiar em obra. Para quem não sabe, eu me formei em edificações e hoje curso arquitetura e urbanismo. Meu estágio é na construção de um prédio multifamiliar em Icaraí, bairro nobre de Niterói/RJ. Se bem que o prédio não é tão nobre assim. A empresa tem um que, este sim, é nobríssimo: duplex (1 apartamento a cada dois andares), com valor de 2,5 à 3 milhões. Uau né! Pois é... O meu prédio é grande até, mas são uns 8 apartamentos por andar, para classe média mesmo. Destes que estão na moda, bem padrão.

Bem, minha rotina na obra é algo que 100 em cada 100 pessoas perguntam, algo incrível. Muitos ainda se surpreendem em saber que uma mulher também pode se meter no canteiro de obras e dividir o barracão com o mestre, o apontador e o engenheiro. Pois saibam que não é nenhuma novidade mais. Hoje em dia muitas estagiárias e engenheiras/arquitetas vão para campo, trabalham igual aos homens da mesma área. Claro que nós temos lá nossas diferenças, mas nada demais.

Um dos meus conselhos principais para as meninas que querem trabalhar em obra é: não seja fresca. Se você só sai de casa arrumadinha, não tem nenhuma blusa mais fechada, sempre anda com alguma maquiagem e não abre mão de usá-la e retocar com frequência, esqueça. Eu vou para obra na correria sempre, de calça comprida, alguma sapatilha ou tênis, blusa básica e comportada, nada mais. Além de ter que levar o material da faculdade! Maquiagem é algo MUITO difícil na obra. Mesmo porque você não terá tempo de retocar. Cabelo sempre suja bastante, o capacete e suor atrapalham em deixar ele sempre cheiroso e arrumadinho. Nós temos uma rotina corrida, subindo e descendo as lajes. Ficamos entre o barracão (escritório) e o campo (obra). Manuseamos muitas plantas também, além da trena para medirmos furações, alvenaria e etc. Então é disposição para andar na obra, aguentar os intempéries (muito calor, chuva, vento) e querer aprender, esquecendo que você está se sujando, tá feia, tá isso ou aquilo. Tem que entrar pensando no trabalho e ponto final. A vantagem do estágio em escritório é essa: você se arruma melhor, pode dar pequenas pausas para retocar maquiagem, regula seu ar-condicionado e vive feliz. Lá não.

Além da vontade de trabalhar e a falta de frescura, temos que pensar também no conhecimento que se quer ter. Há pessoas que não querem nem ouvir falar em estrutura, alvenaria, sondagem... Estes estão fora. E por sinal, eu acredito que nem arquitetura/engenharia deveriam fazer. Mesmo a arquitetura exige um conhecimento nessas áreas mais técnicas. A menos que você queira ser um arquiteto de interiores que joga toda responsabilidade técnica em quem projeta. Enfim. É bom sabermos de tudo um pouco, ao menos. Eu digo mais: bom que se chegue com um conhecimento BÁSICO 'do que é o que' dentro da obra. Saber que alvenaria são os tijolos, que há concretagens e existe um teste feito em campo (Slump Test), que as peças estruturais existem e são dimensionadas minuciosamente, tendo que estar tudo ok para a concretagem. Saber diferenciar essas peças: viga, pilar e laje (juro, tem gente que não sabe que isso existe) e etc. Próxima postagem eu explicarei estes detalhes!

Estagiar em obra não tem muito mistério, mas é como tudo na vida: tem que ter disposição e determinação. Saber que há prioridades e lá prazos devem ser cumpridos e tudo na correria, muitas das vezes. Além do trabalho em equipe, que é fundamental. Logo eu postarei listinhas do que geralmente é feito na obra por nós, estagiários. Da equipe que temos, do que eu já vi por lá... Além de dar aqui uma noção para ninguém entrar cru na obra, o que é muito ruim!

Desculpe pelo post rápido e escrito de forma bem simples e corrida. São 00:38h e amanhã 7:30 tenho que estar no estágio, então, FUI! (risos)

domingo, 21 de agosto de 2011

O que tem acontecido?


Fazer arquitetura e ainda trabalhar em obra não me tem sido muito fácil, sabem. Eu me afastei 100% do blog e meus dias passaram como se eu nem mesmo lembrasse de ter um. Manter isso aqui dá mais trabalho do que imaginei. Pois bem, eu tentarei manter as postagens mais constantes e, além disso, mudarei um pouco o tema do blog. O centro continua sendo a arquitetura/const.civil, mas vou começar a levar para o lado pessoal também. Me inspirei lendo "As curvas do tempo", um livro de memórias do Oscar Niemeyer. Ganhei este livro da amiga de minha mãe e achei bastante interessante. Eu precisava ter mesmo onde postar minhas idéias, vivências e pensamentos. Afinal, eu era uma menina que deseja fazer LETRAS, não arquitetura. Fui aprovada pela UERJ e não fui. Escrevi em caderninho e diário quase que minha infância e adolescência toda. Preciso voltar a isso, faz bem a mente e a alma.

Além da correria nos estudos e estágio, eu ainda tenho um compromisso além: meu namoro. Meu namorado e eu somos da mesma faculdade e curso, mais um estudante de arquitetura. Só muda o período. Ele às vezes fica sem o tempo que desejava comigo durante a semana, fim de semana o tempo que tenho é com ele e com os deveres de sempre: deixar o quarto no esquema, lavar as roupas, passar, limpar o banheiro.. É, essa é minha vida. Domingo é o dia de compromisso com Deus. Aliás, ele nos dá tantas bençãos que domingo é o mínimo. E a pouco tempo eu ainda me comprometi em ajudar no ministério infantil da igreja. Este sábado participei de um curso voltado para as crianças pela APEC. Durou meu sábado todo (9:00 às 17h) e às 20h fui para reunião de jovens. Pessoal, de fato não tem sido fácil arrumar meu horário pra sentar, relaxar e postar. Estou abrindo o jogo aqui porque quero ser mais transparente com quem me visita e mostrar mais que eu sou. Ninguém é perfeito, né? Mas apesar dessa bagunça toda, acreditem, vou voltar e pra valer. Estará marcado na agenda, meus queridos. O blog terá seu cantinho. E quando eu tiver nessa correria toda, vou falar aqui também! Esse vai ser meu quase 'diário', vão ter que me aturar, vixi! (risos).

Além de tudo, gostaria de fazer um apelo aos visitantes: Não deixem de postar ou mandar um e-mail com a opinião e sugestão de vocês. É importantíssimo! Além do mais, eu também quero conhecer os que por aqui passam.

Um grande abraço!