quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Mais sobre o ensino técnico no país [Motivação]

Como eu vim de uma escola técnica e a postagem que fiz a respeito fez sucesso em número de acessos, resolvi trazer um vídeo do Globo Repórter lá no Henrique Lage, onde estudei. A reportagem é voltada pro curso de eletrônica, mas mostra como funciona o esquema e a opinião dos alunos. Vale a pena conferir!



sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Vestibular em Foco

Pessoal, vim dar aquela passadinha bem rápida só para tratar de um assunto PRIMORDIAL na vida de quem quer fazer arquitetura ou engenharia: o vestibular.
Estava visitando um excelente blog de física, o Efeito Joule, e me deparei com umas dicas que achei interessante dividir com vocês sobre como se preparar para o vestibular. Lá vai:

1- Existem preparações diferentes para vestibulares diferentes: se você vai estudar para entrar em uma escola particular, a prioridade pode ser o preparo para o que vai enfrentar depois do vestibular, pois, dependendo da universidade, entrar não é difícil. Se você vai estudar para ingressar na faculdade através do ENEM, o foco são as competências e habilidades esta prova pede, o que é bem diferente de prestar um vestibular de faculdade federal. Então, o auto-conhecimento, e saber qual o melhor caminho para você é o primeiro passo.*

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sobre elefantes e arquitetos


Dizem os estudiosos que os elefantes são agentes modificadores do ambiente ou natureza. Isto se dá por que, devido ao seu porte, o elefante, por onde passa, transforma o meio. Pensemos bem: desde a vegetação rasteira que, dependendo do tamanho do grupo e freqüência com que faz o trajeto, acaba por virar uma via de chão batido até a vegetação mais alta, que acaba por se rarear por causa da alimentação da manada, quase tudo no ambiente físico sofre alteração por causa da intervenção do elefante (manada). Some-se a isto as árvores e arbustos que são derrubados, a grande quantidade de dejetos e o impacto “social” entre os animais que a passagem deste grupo causa.

Baseado neste exemplo podemos dizer que os arquitetos são também agentes modificadores do ambiente. Por sua atuação, e influência da conseqüência de seu trabalho, o arquiteto pode interferir e modificar as características e até a natureza do meio. Arquitetos e elefantes são, por atuação no ambiente, agentes com funções similares: modificadores.

O arquiteto, na sua esfera de atuação, pode interferir e modificar o meio onde está inserido. As decisões tomadas em projetos estão intimamente relacionadas com a cidade. Quando o arquiteto cria um muro divisório entre o público e o privado, por exemplo, dependendo da altura deste muro e da largura da calçada, bem como da via pública, o resultado pode ser de claustrofóbico e sufocante até confortável e convidativo. Isto mostra como o resultado das decisões projetuais podem interferir diretamente na vida do usuário intermediário e do usuário final do ambiente, seja ele público ou privado.

Curiosamente a atuação dos elefantes no meio gera modificações que direcionam a vida dos demais animais circundantes. O trabalho (associado a outros agentes profissionais e fatores externos ao exercício da profissão) dos arquitetos pode gerar o mesmo direcionamento na vida dos usuários do ambiente construído. Direcionamento este que vai muito além do “mero” espaço. Este direcionamento pode ocorrer em sentido estético (quando se gera uma “imagem” que é forçosamente absorvida pela população, quando se cria uma expectativa construtiva e estética que condiz, ou não, com a história e formação originais do ambiente onde este usuário está inserido), direcionamento em sentido espaço-funcional (quando se transformam ou se adaptam, bem como se criam novas necessidades e usos para as construções e ambientes internos e externos) e direcionamento urbanístico (quando as decisões interferem diretamente na cidade, ou seja, no modo de vida comum da população).

O peso das decisões dos arquitetos aumenta muito quando se avaliam estes simples aspectos das resultantes do trabalho profissional e das conseqüências deste. Conseqüências sim! Não podemos imaginar que decisões, num sistema de vida “globalizado” como o nosso, possam ser tomadas isoladamente e, portanto, sem responsabilidade profissional ou mesmo social.

Neste ponto estabelecemos a diferença na similaridade entre elefantes e arquitetos: o primeiro grupo interfere devido ao instinto e fatores externos que não estão sob seu controle (como questões alimentícias, climáticas e de sobrevivência) ou senso de ética, que sequer existe. O segundo e privilegiado grupo interfere no ambiente com o uso pleno (pelo menos é esperado!) de dois instrumentos balizadores de ação, que fazem toda a diferença: inteligência e senso ético.

Assim o arquiteto não pode simplesmente achar que sua atuação está além do crivo social ou humanístico, que pode agir com uma espécie de “síndrome de deus”, como se suas crias fossem isoladas e completas em si mesmas. Interferências no ambiente social, por parte dos arquitetos, são sempre acompanhadas de respostas a si mesmos e à sociedade. Esta cobrança se faz necessária e oportuna, pois regula, de certa forma, a interferência.

Trabalhar (projetar) para o arquiteto deve ser uma grande responsabilidade e prazer por causa das conseqüências e amplitude que uma ação projetual pode gerar. Isto torna o trabalho mais instigante e incisivo em resultados. Como disse, certa vez, um amigo e colega de profissão – “arquitetura é difícil!”. Esta frase me parece bastante sensata quando associada à responsabilidade social da ação arquitetônica. Simplesmente projetar, sem levar se levar em conta o efeito que o projeto pode ter nos diversos tipos de usuários (não somente o final, simplesmente o cliente) que estarão vinculados (alguns forçados!) à obra, se torna banal e inconseqüente. Diante do brilhantismo que o projeto pode ter ao se levar em conta as mais diversas interfaces que tornarão o projeto o mais responsável possível as decisões, com certeza, serão mais bem pensadas e estruturadas em pensamentos sólidos que primam pela beleza, mas também estão cientes de que o resultado faz parte de um todo chamado cidade, com pessoas interagindo com o ambiente construído.

De fato também é bom lembrar um aspecto interessante: assim como ocorre com os elefantes, alguns fatores externos podem fugir de nosso controle ao trabalharmos. Clientela difícil, atenuantes e agravantes de construção, financiamento da obra, gosto (não se tem como descartar esta variante impressionante numa profissão que alia a frieza da técnica e precisão matemática ao mais doce humanismo da concepção e criação artística), clima e outras possíveis “impossibilidades”. No entanto reforço aqui o papel do senso ético do profissional em conviver com estes fatores da maneira mais produtiva possível, sem deixar que circunstâncias, simplesmente, tomem as rédeas do projetar. Esta fina pele que divide o controlável do incontrolável, a circunstância do fato, o sim do não, o seguir do parar por aqui, pode ser fator determinante para que o trabalho seja feito sem deixar seqüelas na atuação do arquiteto, seja profissional ou pessoal. Ao contrário de ser um agente dificultador este detalhe torna o exercício da profissão mais intrigante e fascinante, pois o embate enriquece e torna o trabalho mais abrangente devido às muitas interfaces que se fazem presentes desde a idéia conceitual até a tomada final de decisões.

Projetar, longe de ser um trabalho solitário e isolado, é um trabalho que envolve pensar na obra e na influência que ela pode ter na vida das pessoas e da cidade. Modificar o meio com responsabilidade é um privilégio para poucos e deve ser valorizado pelo potencial de ação que isto gera e estimula.

[Barros Lima - arquiteto e urbanista]

Pessoal, este foi um texto retirado do site do arquiteto, no qual eu muito gostei. Como o intuíto do blog é falar de construção civil no geral, nada melhor que uma técnica em edificações e estudante de arquitetura falar de... Arquitetos! Espero de coração que tenham gostado, assim como eu.
Gostaria de aproveitar a deixa para comunicá-los que infelizmente ainda estou sem internet em meu querido computador. Espero em breve poder começar as postagens de fato, regularmente. Porém, preciso estar conectada lá, onde posso postar em paz.
Semana que vem começam minhas aulas, e a de vocês? Espero que todos tenham um excelente ano letivo! E que este período renover suas energias! Aliás, tem o carnaval né, que beleza! E pior que tenho muitos amigos felizardos que só voltam as aulas dia 14, após o carnaval.Bem, aproveitem enquanto há tempo! :D                                                                                                                                
                                                                                                                                 Grande abraço,
                                                                                                                                  Juliana Mello.